Analise as assertivas a seguir e marque (C) para certo e (E) para errado.

 

1. (E) Os primeiros escritos sobre o trinômio valor-moeda-preços só surgiram durante o período mercantilista, após o Renascimento.

 

Justificativa: Já há em Aristóteles ideias fundamentais e diversas referências ao trinômio valor-moeda-preços.

 

2. (E) Os escritores mercantilistas  dos séculos XVI e XVII foram unânimes em afirmar que a diminuição da quantidade de ouro e prata nas moedas era a causa da subida inflacionária dos preços.

 

Justificativa: Não houve unanimidade, como mostra a célebre controvérsia entre Malestroit e Bodin sobre as causas da alta dos preços; Bodin não aceitava a ideia de que a alta de preços se associava à queda do valor intrínseco da moeda, mas à desmedida abundância de ouro e prata.

 

3. (E) Os mercantilistas manifestavam absoluto desprezo pela moeda, não considerando como riqueza quaisquer formas de ativos monetários.

 

Justificativa: Os mercantilistas deram grande atenção ao estudo da moeda, acreditando que a riqueza das nações era determinada pelos seus estoques de ativos monetários (ouro e prata).

 

4. (C) Embora de forma incipiente e elementar Jean Bodin, no século XVI, desenvolveu ideias precursoras sobre as relações entre a quantidade de moeda e o nível dos preços, na linha do que mais tarde se denominaria teoria quantitativa da moeda.

 

5. (C) No século XVIII, principalmente com os trabalhos de Hume (1752) e Smith (1776), foi contestada a tradição mercantilista que relacionava a quantidade de moeda com a riqueza das nações.

 

6. (E) Para os adeptos da banking school, a moeda é uma variável exógena [P = f(M)] , enquanto Ricardo e outros defensores da currency school eram favoráveis à ideia de que a moeda é uma variável endógena [M = f(P)]. Este, afinal, é um dos pontos comuns entre as ideias de Ricardo e Marx.

 

Justificativa: Ricardo aceitava a ideia da moeda como variável exógena e aplicava a desvalorização da libra esterlina pelo descontrole das emissões. Ricardo era monetarista; Marx, antiquantitativista.

 

7. (C) Os defensores da banking school acreditavam que a quantidade de moeda era determinada pelas necessidades dos negócios; assim, em épocas de expansão, os bancos deviam emitir moeda para atender ao maior volume de transações; quando o comércio viesse diminuir, os empréstimos voltariam aos bancos e a oferta de moeda automaticamente se reduziria; desta forma, eram favoráveis à liberdade de emissão.

 

8. (C) A história do pensamento econômico mostra que os pressupostos da currency school acabaram por predominar.

 

 

9. (E) O Peel Act, de 1844, a partir do qual o Banco da Inglaterra viu controlado o seu poder de emitir, é uma ilustração prática que mostra a vitória dos defensores da banking school, contra os partidários do monetarismo ricardiano.

 

Justificativa: O Peel Act consagrou a tese dos monetaristas da currency school.

 

10. (C) Na equação de trocas de Fisher, MV = PT, M é a quantidade de moeda; V, a velocidade de circulação da moeda; P, o nível geral; e T, o volume físico das transações efetivamente realizadas.

 

11. (E) A despeito de sua “elegância teórica”, a equação de trocas de Fisher jamais foi empiricamente validada.

 

Justificativa: Testes estatísticos empreendidos pelo próprio Fisher, não obstante tenham conduzido a modificações formais na equação de trocas original, validaram suas proposições fundamentais.

 

12. (C) A equação de trocas de Fisher (MV = PT) e a equação de saldos de caixa da Escola de Cambridge (M = K.PY) são formalmente iguais, mas diferentes no conteúdo; enquanto Fisher analisava a moeda de um ponto de vista macroeconômico, os seguidores de Marshall estavam preocupados em compreender, de um ponto de vista microeconômico, por que os indivíduos demandavam moeda.

 

13. (E) A teoria geral do emprego, do juro e da moeda, escrita por Keynes, em 1936, era uma continuação do pensamento da Escola de Cambridge, no que diz respeito às ideias sobre a moeda.

 

Justificativa: Keynes não só refutou um dos pilares da ortodoxia clássica (a lei de Say-Mill), como ainda a teoria quantitativa da moeda.

 

14. (E) Os modelos tipo Hicks-Hansen são traduções adequadas do pensamento keynesiano, uma vez que consideram de forma explícita o papel da incerteza no comportamento dos agentes econômicos, assim como mantêm a mesma análise dinâmica em que se fundamenta a Teoria Geral.

 

Justificativa: Os modelos tipo Hicks-Hansen são estático-comparativos e, não de forma explícita, a incerteza quanto ao futuro.

 

15. (E) S = f(i) e I = f(i), em que S indica a poupança, I investimento e i a taxa de juros; são as funções básicas do modelo keynesiano.

 

Justificativa: As funções citadas são do modelo clássico.

 

16. (C) Tanto no modelo clássico, como no keynesiano, a renda real, Y, é função do nível de emprego, N, cabendo, porém, notar que na concepção keynesiana o nível geral do emprego depende da demanda e não pela oferta agregada.

 

17. (E) A moeda, via taxa de juros, afeta o nível dos investimentos e, consequentemente, a demanda agregada, a produção e o nível do emprego, esta proposição é derivada da concepção clássica do papel da moeda.

 

Justificativa: Esta proposição é derivada da concepção keynesiana do papel da moeda.

 

18. (E) A moeda determina a taxa de juros e esta é, portanto, considerada um fenômeno exclusivamente monetário; esta é uma das proposições que se extraem da concepção de Keynes sobre a moeda.

 

Justificativa: A citada proposição é extraída da concepção dos clássicos sobre a moeda.

 

19. (C) No modelo clássico, a moeda determina apenas o nível geral dos preços, não afetando, contudo, a estrutura dos preços relativos, a qual está ligada ao processo de alocação de recursos.

 

20. (C) No modelo clássico, a economia trabalha sempre a pleno emprego, não existem problemas de superprodução, já que a oferta cria a sua própria procura e a taxa de juros é um fenômeno real determinado conjuntamente pela produtividade marginal do capital e pelos hábitos de frugalidade da população.

 

21. (E) Para os clássicos, a taxa de juros era o prêmio por se abrir mão da liquidez, sendo determinada pela poupança e pelo investimento.

 

Justificativa: Em Keynes, a taxa de juros, vista como um fenômeno monetário, é um prêmio por se abrir mão da liquidez; já na análise clássica, a taxa de juros é um fenômeno real, determinado pela poupança e pelo investimento.

 

22. (E) No modelo keynesiano, a moeda determina os preços enquanto a produção é determinada de forma independente através do mercado de trabalho.

 

Justificativa: No modelo clássico é a moeda que determina os preços, e a produção é determinada pelo mercado de trabalho.

 

23. (C) No modelo clássico, a oferta cria a sua própria procura, enquanto no modelo keynesiano é a procura que determina o volume de produção e de emprego.

 

24. (C) As principais críticas que podem ser feitas aos clássicos são: a) a inexistência de desemprego involuntário; b) a perfeita flexibilidade de preços; c) a constância a curto prazo da velocidade-renda da moeda; d) a taxa de juros é um fenômeno real; e) a inexistência de incerteza.

 

25. (E) O modelo keynesiano é preferível ao modelo clássico porque estuda questões importantes como: a) a distribuição da renda; b) a moeda como variável endógena.

 

Justificativa: Os modelos keynesianos tradicionais não incluem de forma explícita a distribuição da renda; ademais, esses modelos consideram a moeda como variável exógena determinada pelo governo.

 

26. (E) Friedman certa vez afirmou: “Agora somos todos keynesianos”: dessa forma, então, tanto os adeptos da Escola de Chicago como os keynesianos ortodoxos são defensores intransigentes da política fiscal como instrumento de política econômica.

 

Justificativa: A Escola de Chicago “denuncia” a política fiscal como sendo um desvio de recursos do setor privado que passam a ser gastos pelo governo, sem, contudo, aumentar a demanda agregada.

 

27. (C) Os monetaristas acham que “só moeda é importante”; dessa forma, recomendam que a oferta de moeda não seja utilizada de forma discricionária, mas regulada por uma norma fixa que estabeleça um crescimento constante ao longo do tempo.

 

28. (C) Os adeptos da moderna teoria quantitativa acham que a moeda é o centro da macroeconomia; a demanda de moeda é uma função estável da renda; a moeda, a curto prazo, age diretamente sob a demanda agregada e afeta tanto os preços como a produção e o emprego e que, finalmente, apesar do seu extraordinário poder, a política monetária age defasada no tempo, podendo converter-se em fonte de instabilidade econômica.

 

29. (C) A diferença fundamental  entre Friedman e Tobin não está no formato de LM, mas no fato de Friedman enfatizar os efeitos-renda, enquanto Tobin dá realce aos efeitos-substituição na atuação da política monetária.

 

30. (C) Os economistas de tendência marxista criticam a chamada economia ortodoxa, mas não criaram nenhum modelo alternativo que substitua, de forma adequada, as análises neoclássicas; quanto à moeda, principalmente, a sua contribuição é praticamente nula e se reduz à defesa da tese da endogeneidade da moeda, que tem suas raízes na primeira metade do século XIX.

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